Consultórios e Horários

Consultórios e Horários



Consultório Barra
Ortobarra - 5·Feira de 14:00 as 18:00
Av. das Americas 3333 Sala 910
Telefone 3325-0870 / 3328-7182 3151-3000 / 3153-1574

WhatsApp
+55 21 98489-3783

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Avaliação da Osteotomia de Rotação Externa do Úmero Proximal para Tratamento da Seqüela de Paralisia Braquial Obstétrica

CELSO BELFORT RIZZI JUNIOR
RODRIGO A. GÓES DOS SANTOS
Trabalho realizado no Centro da Criança e Adolescente do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

Os autores apresentam os resultados de um estudo retrospectivo em 13 pacientes com diagnóstico de paralisia obstétrica do plexo braquial, os quais foram submetidos a tratamento cirúrgico através da técnica de osteotomia derrotatória lateral do úmero proximal.

Consideramos que obtivemos 69,2 % de bons resultados, 30,8 % de regulares e não encontramos resultados ruins quanto à função do membro no pós-operatório.
A paralisia braquial obstétrica (PBO) ocorre geralmente pela tração do plexo braquial em recém-nascidos com peso acima da média, em partos laboriosos (como na apresentação pélvica com uso do fórceps) e nas distócias de ombro.

A PBO ocorre em 0,4 a 2,5 por 1.000 nascidos vivos. É normalmente diagnosticada imediatamente após o nascimento. O membro superior fica sem movimento, fixo ao lado do tronco, com cotovelo em extensão.

A contratura em adução e rotação medial do ombro está presente em graus variáveis. Nas crianças acima de 01 ano de vida, essas contraturas passam a provocar subluxação posterior da cabeça umeral, podendo evoluir para luxação.

A técnica de osteotomia de rotação lateral do úmero é realizada quando: a) a deformidade em rotação medial-adução do ombro é fixa, e o redondo maior e o grande dorsal estão paralisados, não sendo fortes o suficiente para serem transferidos para uma função de rotadores laterais do ombro; b) há marcada retroversão do úmero (bem visualizado na tomografia computadorizada); e c)há deformidade estruturada da articulação glenoumeral com instabilidade e subluxação ou luxação posterior; clinicamente o sinal de Putti é positivo nestes casos.

fig 1: técnica cirúrgica com fixção por placa e parafusos.



A osteotomia de rotação externa do úmero não altera a incongruência prévia da articulação glenoumeral assim como não reduz a articulação gleno-umeral. Entretanto melhora acentuadamente a postura e a função do braço devido ao aumento do grau de rotação lateral e abdução do ombro. A osteotomia de rotação é geralmente realizada após os quatro anos de idade.

fig 2: Resultado cirúgico pós operatório.



As cirurgias realizadas em partes moles para a correção de seqüelas na PBO, como as transferências tendinosas ou alongamentos tendinosos, são sempre a primeira opção para a correção das contraturas em adução e rotação medial do ombro que não evoluem bem com o uso de órteses ou exercícios fisioterápicos. A manutenção da contratura ocasiona gradativamente o deslocamento posterior da cabeça umeral. Nas fases iniciais ocorre a subluxação e, com o passar do tempo, existe a perda da congruência articular, manifestada então pela luxação, levando a um ombro instável e pouco funcional.

fig 3: Resultado funcional de pós operatório.









Os resultados obtidos por nosso estudo são comparáveis ao da literatura nacional e internacional. Obtivemos em 61,5 % dos nossos pacientes o grau IV de Mallet. A consolidação óssea em todos os casos e um grau de satisfação de 100%. Assim como Lopes, acreditamos que a hipercorreção durante o ato cirúrgico favorece à um melhor resultado funcional.