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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cisto de Baker na criança.

O cisto de Baker, também conhecido como cisto poplíteo, é o acúmulo cstico de líquido sinovial (articular) que surge nas bainhas dostendões e bursas (bolsas de tecido) presentes na região posterior do joelho.

Normalmente, o líquido sinovial circula, entrando e saindo das bursas em todo o joelho. Entre este último e a bursa, na parte posterior do joelho, existe um sistema de válvulas que são responsáveis por controlar a quantidade de líquido sinovial que entra e sai dessas bolsas.

 Contudo, em certos casos, o joelho produz exacerbada quantidade de líquido sinovial (sinovite), levando ao acúmulo de líquido na bursa (o cisto).Nas crianças, este cisto aparece como uma saliência indolor atrás do joelho, ficando mais nítida quando este encontra-se estendido.

 Embora possa causar um ligeiro desconforto ou rigidez, normalmente é assintomático.

As manifestações clínicas geralmente estão ligadas à compressão das estruturas presentes na parte posterior do joelho, mas em determinadas situações, o cisto pode romper e desencadear um edema na panturrilha com sintomatologia semelhante a uma trombose venosa, muito raro na crianca.

O diagnóstico habitualmente é clinico, mas pode ser feito por meio de exames de imagem, como ultra-sonografia e ressonância magnética, sendo que esta última evidencia também a causa primária que levou ao cisto em adultos.

O tratamento normalmente é voltado para a causa primária da sinovite, quase nunca é indicada a remoção cirúrgica do cisto de Baker, apenas quando este for muito grande ou doloroso. Na criança apenas o acompanhamento.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Bifosfanatos - retardam a consolidação de fraturas.

Do bisphosphonates inhibit direct fracture healing?

A laboratory investigation using an animal model

T. Savaridas, MBChB, MRCSEd, MD, Specialty Trainee in Trauma & Orthopaedics1 ;R. J. Wallace, BEng, MSc, PhD, Postdoctoral Research Associate2; D. M. Salter, MD, Professor of Osteoarticular Pathology3; and A. H. R. W. Simpson, DM(Oxon), FRCS(Eng & Ed), MA(Cantab), Professor of Orthopaedics and Trauma2+Author Affiliations1Northern Deanery Orthopaedic Training Programme, Waterfront 4, Goldcrest Way, Newburn Riverside, Newcastle upon Tyne NE15 8NY, UK2The University of Edinburgh, Department of Orthopaedics, The Royal Infirmary of Edinburgh, Little France, Old Dalkeith Road, Edinburgh EH16 4SU, UK.3The University of Edinburgh, Osteoarticular Research Group, Centre for Molecular Medicine MRC IGMM, Wilkie Building, Teviot Place, Edinburgh EH8 9AG, UK.

Correspondence should be sent to Mr T. Savaridas; e-mail: tsavaridas@doctors.net.uk

Abstract

Fracture repair occurs by two broad mechanisms: direct healing, and indirect healing with callus formation. The effects of bisphosphonates on fracture repair have been assessed only in models of indirect fracture healing.A rodent model of rigid compression plate fixation of a standardised tibial osteotomy was used. Ten skeletally mature Sprague–Dawley rats received daily subcutaneous injections of 1 µg/kg ibandronate (IBAN) and ten control rats received saline (control). Three weeks later a tibial osteotomy was rigidly fixed with compression plating. Six weeks later the animals were killed. Fracture repair was assessed with mechanical testing, radiographs and histology.The mean stress at failure in a four-point bending test was significantly lower in the IBAN group compared with controls (8.69 Nmm-2 (SD 7.63) vs 24.65 Nmm-2 (SD 6.15); p = 0.017). On contact radiographs of the extricated tibiae the mean bone density assessment at the osteotomy site was lower in the IBAN group than in controls (3.7 mmAl (SD 0.75) vs 4.6 mmAl (SD 0.57); p = 0.01). In addition, histological analysis revealed progression to fracture union in the controls but impaired fracture healing in the IBAN group, with predominantly cartilage-like and undifferentiated mesenchymal tissue (p = 0.007).Bisphosphonate treatment in a therapeutic dose, as used for risk reduction in fragility fractures, had an inhibitory effect on direct fracture healing. We propose that bisphosphonate therapy not be commenced until after the fracture has united if the fracture has been rigidly fixed and is undergoing direct osteonal healing.

Cite this article: Bone Joint J 2013;95-B:1263–8.


domingo, 28 de julho de 2013

Tratamento da desigualdade de comprimento nas crianças em crescimento.


Em dismetrias entre 2cm e 5cm em crianças, a equalização através da epifisiodese é uma opção que atrai pela sua simplicidade, rápida reintegração do paciente, aspecto estético e eficácia.

Blount descreveu uma epifisiodese temporária através de grampos que, após retirados, permitiram o retorno do crescimento dessa placa.

 Bowen & Johnson, em 1984, descreveram a técnica de epifisiodese percutânea, mais simples e de melhor aspecto estético.

Hoje utilizamos uma técnica simples e com poucas complicações que é o uso da placa em 8, incorporando a técnica percutânea e a de Blount.

Há algumas desvantagens deste tratamento, como o fato de geralmente ser realizado no membro normal, diminuir a estatura final do paciente e não ser de efeito imediato. A epifisiodese é um método descrito há mais de 60 anos com vários trabalhos abordando-a e mostrando seus bons resultados.

A menor estatura final que o método acarreta pode ser um limitante de sua indicação. Deve ser projetada a altura final e discutida com o paciente e os responsáveis. A experiência demonstra que em poucas vezes esse fator isoladamente vai impedir sua indicação.

A epifisiodese é um tratamento simples, de curta hospitalização, baixo custo, baixo número de complicações, efetivo e de excelente aspecto estético, que permanece como tratamento de escolha para as discrepâncias dos membros inferiores de menos de 5cm no paciente em crescimento.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Fatores de risco para deficiência de vitamina D em pacientes com Osteogenese Imperfecta

Risk Factors for Vitamin D Deficiency in Children With Osteogenesis Imperfecta

Wilsford, Lisa D. MPH, MS, PA-C; Sullivan, Elroy PhD; Mazur, Lynnette J. MD, MPH

Abstract

Background: The purpose of this study was to evaluate the prevalence of vitamin D deficiency and possible risk factors influencing the vitamin D serum levels in patients with osteogenesis imperfecta (OI).

Methods: Charts of all children with OI seen at Shriners Hospitals for Children in Houston, TX, between November 2008 and June 2011 were reviewed for daily milk and soda consumption, multivitamin and vitamin D supplementation, time spent outside, use of sunscreen, amount of screen time, ambulatory status, height, weight, body mass index (BMI), serum 25 hydroxyvitamin D (25OHD), parathyroid hormone levels, and history of bisphosphonate treatment.

Results: Of the 80 children with OI, charts of 44 children (26 female) had documentation of the variables of interest. Mean level of 25OHD was 23 ng/mL (±11) (range, 7 to 58) and 35 (79.5%) patients had insufficient or deficient levels. Significant correlations with low vitamin D levels were found for older age (P<0.001), African American descent (P=0.01), BMI (P<0.001), BMI percentile (P=0.30), consumption of soda (P=0.009), and pamidronate therapy (P=0.004). Evaluated together, the studied variables accounted for a large proportion of the variability of 25OHD levels in patients with OI (P=0.004).

Conclusions: To optimize bone health in children with OI, health care providers need to be aware of patients’ risk factors for low vitamin D levels and educate families on the modifiable risk factors of milk and soda consumption, obesity, and vitamin D supplementation. Future research is needed to address the relationship between fractures and vitamin D levels in patients with OI and on the cause and effect relationship between bisphosphonate therapy and vitamin D.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Baropodometria . pé plano/ pé chato

Baropodometria

Baropodometria é o estudo da pisada e por consequência da postura.O centro de investigação da Universidade de Montpellier, em 1978, sob a direção do professor Rabishong, fez uma investigação de medidas computarizadas de sistemas de pressão, para o estudo estático e dinámico de cargas nos pés.

Os expertos têm certificado este método de diagnóstico para complementar as observações clínicas e proporcionar ao paciente uma análise mais compreensível e precisa. O Baropodómetro Electrónico, é um equipamento modular desenvolvido para o estudo das pressões plantares estáticas e dinâmicas, com a mais alta concepção de tecnologia, que consiste de uma passarela barosensível com sensores, em uma plataforma de aproximadamente três metros, conectada a um computador que recria imagens coloridas e dados estatísticos com um alto valor diagnóstico.

O equipamento é único em seu gênero pois permite a avaliação do ciclo completo da marcha (mínimo duas pisadas) por sua configuração modular.É um sistema de apoio para os experts, já que permite apreciar as cargas dos pés em diferentes modalidades, proporciona uma análise biomecânica e estrutural das possíveis anomalias na marcha e na postura.

Os relatórios das análises obtidos pelo sistema brindam informações que complementam as observações do especialista para avaliação periódica, de diagnóstico, pre-post cirúrgica, terapéutica e / ou reabilitatória.

O Baropodómetro Eletrónico Modular Clínico é composto de uma plataforma com 4800 sensores ativos em 120 cm. e uma passarela de 200 cm de comprimento. A informação adquirida pode ser com ou sem o uso de calçados e é precisa, instantânea e permite a repetição do arquivo gravado.

O Baropodómetro Eletrónico Modular é um sistema que estuda as pressões com aplicações específicas na análise do pé. A informação das pressões (estática, dinámica e postural) é utilizada para aprofundar no diagnóstico clínico e para avaliar áreas de sub e sobre cargas.

Referências

↑ AMARAL, Amanda Saloni do; HIGASHIAMA, Tami; OLIVEIRA, Claudia Santos. Análise baropodométrica estática plantas comparativa entre adultos jovens sedentários e bailarinos. X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação, Universidade do Vale do Paraíba, 2006. Acesso em: 18 de agosto de 2011.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pé Torto Congênito - método de Ponseti

Pé Torto Congênito - método de Ponseti,

Vídeo em inglês que descreve bem o método e ilustra seus resultados. De forma diferente, realizamos a tenotomia do aquiles em centro cirúrgico com a criança sob sedação anestésica. Não temos em nossos hospitais uma sala apropriada onde possamos realizar o procedimento em condições assépticas e com possibilidade de reanimação caso que algo ocorra a criança. Por isso realizar o  procedimento em centro cirúrgico, oferece uma maior segurança de em nosso meio.




quarta-feira, 8 de maio de 2013

quinta-feira, 14 de março de 2013

Habilidade atlética em pacientes tratados com Pé Torto

Athletic Ability of School-Age Children After Satisfactory Treatment of Congenital Clubfoot

Kenmoku, Tomonori MD, PhD; Kamegaya, Makoto MD, Ph.D; Saisu, Takashi MD, PhD; Ochiai, Nobuyasu MD, PhD; Iwakura, Nahoko MD, PhD; Iwase, Dai MD; Takahashi, Kazuhisa MD, PhD; Takaso, Masashi MD, PhD

Abstract

Background: This is the first study to objectively assess the athletic ability of school-age congenital clubfoot patients.
Methods: Forty-six feet of 30 patients (18 boys, 12 girls) were evaluated in this study. Nine patients were treated conservatively, 8 patients underwent percutaneous tenotomy of the Achilles tendon, and 13 patients were treated with extensive soft-tissue release. The mean age at the investigation was 9.2±1.9 years, and the mean follow-up period was 8.3±2.9 years. Athletic ability was evaluated by calculating Z-scores for the patients’ scores in 5 physical fitness tests routinely performed nationwide at elementary schools: 50-meter run; standing long jump; repetition side steps; 20-meter shuttle run; and sit-ups. The Z-scores were calculated based on data published as the nationwide standards.
Results: Of the 148 scores recorded for the 5 tests for the 30 clubfoot patients, 143 scores (96.6%) were higher than the −2 SD value. The mean Z-scores were as follows: −0.32 for 50-meter run; −0.16 for standing long jump; −0.24 for 20-meter shuttle run; 0.22 for repetition side steps; and 0.06 for sit-ups. None of the events showed any significant differences among the three treatment groups.
Conclusions: Congenital clubfoot with satisfactory treatment did not significantly impair the athletic performance.

Journal of Pediatric Orthopaedics:
April/May 2013 - Volume 33 - Issue 3 - p 321–325

Conclusão: O tratamento correto do pé torto não impede um desempenho satisfatório em atividades físicas na criança portadora.

terça-feira, 12 de março de 2013

Incidência da torção tibial interna em crianças de cinco a dez anos de idade. "Pés para dentro"

ANTÔNIO VITOR DE ABREU, FERNANDO JOSÉ DE PAIVA COELHO
RBO , Vol 31 . nº3 - Março 1996
 
 
Em todos os momentos das fases de crescimento e desenvolvimento, os pais estão com as atenções voltadas para seus filhos. Qualquer alteração observada gera preocupações e será motivo de incertezas, formando um quadro de ansiedade, nos pais, do possível aspecto dos seus filhos na fase adulta.
Dentre os motivos de consulta ao ortopedista estão os desvios torcionais dos membros inferiores (torção femoral e torção tibial), visto que estes interferem na marcha das crianças.

A torção tibial interna (TTI) tem sido apontada como a causa mais comum da marcha com os pés para dentro (intoeing) ou marcha de “periquito”(1,5) até os dois anos de idade, quando ocorreria a resolução espontânea dessa alteração.

Hutter & Scott (1949)(9) observaram que as crianças em idade pré-escolar tinham menos torção lateral que adultos e que 10% dos meninos e 8% das meninas entre 5 e 7,5 anos de idade mostravam torção tibial interna.

Kite (1954)(12) classificou as torções internas dos membros inferiores como congênitas ou adquiridas. A torção interna congênita da tíbia estaria relacionada com a posição fetal no útero, enquanto que a adquirida resultaria dos hábitos de sen-tar e de dormir.

Staheli & Engel (1972)(17) encontraram média de 5º de torção lateral no primeiro ano de vida, 10º aos cinco anos de idade e 14º em torno dos 11 anos.

Staheli (1989)(15) citou que a TTI grave é rara, porém, quando presente, é necessária correção cirúrgica (osteotomia rotacional da tíbia), cujas indicações seriam: a) crianças acima de oito anos de idade; b) incapacidade funcional e/ou deformidade cosmética; c) ângulo coxa-pé maior que 15º.

Staheli (1992)(14) referiu que 99% das crianças até oito anos de idade sofrem correção espontânea da TTI, existindo pequena fração que necessitará de tratamento devido à dificuldade que esta torção causaria na deambulação.

A pequena quantidade de trabalhos na literatura nacional a respeito do tema nos levou à realização desta pesquisa. Assim, o objetivo da presente publicação foi mostrar a incidência da TTI, através de exame clínico, sem se preocupar com a medida angular deste desvio torcional dos membros inferiores, em crianças de cinco a dez anos de idade, relacionando os achados com as variáveis sexo, idade e frouxidão ligamentar generalizada.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram examinadas clinicamente 300 crianças sadias, de ambos os sexos, de cinco a dez anos de idade, pertencentes a escolas públicas, particulares e creches do Estado do Rio de Janeiro.

Para melhor análise dos resultados, as crianças foram divididas em seis grupos com 50 componentes, sendo 25 do sexo masculino e 25 do feminino.

A torção tibial (interna ou externa) foi avaliada através do ângulo coxa-pé, segundo as descrições de Staheli & col. (1985)(16) e Amatuzzi (1992)(1). A criança foi mantida em decúbito ventral na mesa de exame, com os joelhos fletidos em 90º; através de observação de cima e perpendicular ao plano da mesa, obteve-se o ângulo através da inserção de duas linhas imaginárias: uma ao longo do eixo longitudinal da face posterior da coxa e outra ao longo do eixo longitudinal do pé (fig. 1).

Devido à dificuldade na mensuração desse ângulo, optouse apenas por indicar se a criança tinha ou não TTI; quando esta estivesse presente, se a criança referia ou não dificuldade na deambulação e/ou corrida.

A variável frouxidão ligamentar generalizada foi investigada através do teste clínico descrito por Carter & Wilkinson (1964)(6), modificado posteriormente por Beighton & Horan (1969)(3), segundo a capacidade da criança de realizar: a) hiperextensão passiva do 5º dedo da mão acima de 90º; b) aposição passiva do polegar à face anterior do antebraço; c) hiperextensão ativa dos cotovelos acima de 10º; d) hiperextensão ativa dos joelhos acima de 10º; e) flexão do tronco com aposição das mãos ao solo sem fletir os joelhos.

Segundo esses autores, as crianças capazes de realizar, no mínimo, três dessas manobras seriam consideradas como

RESULTADOS
Das 300 crianças avaliadas, 52 (17,3%) tinham torção tibial interna, havendo predomínio no sexo feminino (n = 37), com uma razão de 2,4:1 em relação ao sexo masculino (n = 15) (fig. 1).

O gráfico 1 mostra os percentuais das crianças com TTI, segundo a faixa etária. Este achado sofreu queda na sua incidência conforme a idade avançava para ambos os sexos, sendo que praticamente a totalidade dos casos foi encontrada até os oito anos de idade. Aos nove anos, apenas um caso (0,3%) foi encontrado e, aos dez anos, a incidência foi nula.

Nenhuma criança com este achado referiu dificuldades para marcha ou corrida.

A frouxidão ligamentar generalizada esteve presente em 36 (12%) crianças, predominando também no sexo feminino (n = 28), com uma razão de 3,5:1 em relação ao sexo masculino (n = 8) (fig. 2).

O gráfico 2 mostra que esta característica clínica também apresentou queda na sua incidência conforme a idade avançava para ambos os sexos. Aos nove anos de idade, apenas um caso (0,3%) do sexo feminino que também tinha TTI foi encontrado.





Das 36 crianças consideradas portadoras de frouxidão ligamentar generalizada, 27 (75%) tinham TTI associada (fig. 3).

DISCUSSÃO
A TTI pode ser avaliada pelo ângulo coxa-pé, pelo ângulo transmaleolar, radiografias e tomografia computadorizada(10,17). Preferiu-se o ângulo coxa-pé devido à sua praticidade.

A avaliação da torção tibial tem sido motivo para muitos estudos(2,8-12). A variedade dos resultados reflete as dificuldades na sua mensuração; por esse motivo, preferiu-se apenas indicar se a criança apresentava ou não este desvio torcional.

Apesar da facilidade de realização do ângulo coxa-pé, as linhas de interseção encontram-se em dois planos, com alturas diferentes, e a exatidão da determinação do ângulo é prejudicada e até de certa forma imprecisa. Além do mais, este método de avaliação merece atenção especial do examinador, visto que o metatarso varo, anormalidade congênita do pé, poderá estar presente, causando interpretações errôneas.



A TTI é encontrada mais comumente entre os seis e 18 meses de idade, havendo variação extremamente ampla do normal. Em condições normais, então, a tíbia roda lateral-mente durante o início dos dois anos de idade, atingindo um máximo de 15º entre 13 e 15 anos de idade(7,14).

Encontramos percentagem baixa (17,3%) na incidência deste desvio torcional, na faixa etária pesquisada, sugerindo que a maioria dos casos já sofreu correção antes dos cinco anos de idade. Porém, conforme citou Staheli(14), os casos que ainda persistem devem ser observados até os oito anos de idade, visto que após esta faixa etária praticamente a totalidade dos casos encontra-se corrigida. Nossos resultados estão de acordo com as descrições deste autor.

Em relação ao sexo, a TTI predominou no sexo feminino. Forlin & col.(7) encontraram predomínio da torção interna dos membros inferiores também neste sexo, porém não mencionaram se esta torção era tibial ou femoral.

Acreditamos que esta torção encontrada em ambos os sexos seja fisiológica e com pequenos graus, visto que houve queda na sua incidência, o que sugere correção espontânea, e também pelo fato de que nenhuma criança tenha referido dificuldade para a marcha ou para a corrida.

Encontramos 12% das crianças com frouxidão ligamentar generalizada, estando esta incidência alta em comparação com os 5% e 7% encontrados nos trabalhos de Carter & Wil-kinson(6) e Wynne-Davies(18), respectivamente, em crianças na idade escolar.

É fato conhecido ser a frouxidão ligamentar generalizada mais freqüente no sexo feminino, sendo citado por diversos autores(4,13,18). Foi encontrada incidência alta deste achado neste sexo: das 36 crianças consideradas positivas, 28 (77,8%) eram do sexo feminino. Nossos resultados também conferem com as citações da literatura mundial. Deve-se diferenciar esta condição clínica, que acreditamos ser fisiológica, daquelas que fazem parte de algumas patologias, como por exemplo as síndromes de Ehlers-Danlos. Segundo nossos resultados, a queda na incidência deste achado é dado importante na sua diferenciação.

Houve associação elevada entre frouxidão ligamentar generalizada e TTI, não sendo encontrado este dado na literatura pesquisada, merecendo estudos posteriores para sua confirmação. É possível que as crianças com frouxidão ligamentar generalizada adotem hábitos de sentar e/ou de dormir, capazes de interferir na correção mais precoce deste desvio torcional. Este resultado pode ser também uma explicação para a maior incidência no sexo feminino da TTI.

O tratamento da TTI é controvertido. Os resultados deste trabalho sugerem ser desnecessária a intervenção na sua correção. Em nossa opinião, o mais importante é que o médico assistente tenha um perfil evolutivo do seu paciente junto com um interrogatório sobre a presença de história familiar, hábitos posturais adotados pela criança e dificuldade para a marcha ou corrida, antes de adotar qualquer medida terapêutica.

CONCLUSÃO

1) A TTI foi mais freqüente no sexo feminino;

2) Sua incidência é baixa (17,3%) após os cinco anos de idade e continua a cair, principalmente até os nove anos de idade;

3) Houve associação importante entre frouxidão ligamentar generalizada e TTI.

REFERÊNCIAS

1. Amatuzzi, M.M.: Desvios torcionais dos membros inferiores. Rev Bras Ortop 27: 197-204, 1992.

2. Badelon, O., Bensahel, H., Folinais, D. & Lassale, B.: Tibio-fibular torsion from the fetal period until birth. J Pediatr Orthop 9: 169-173, 1989.

3. Beighton, P. & Horan, F.T.: Orthopaedic aspects of the Ehlers-Danlos syndrome. J Bone Joint Surg [Br] 51: 444-453, 1969.

4. Beighton, P., Solomon, L. & Soskolne, C.L.: Articular mobility in an African population. Ann Rheum Dis 32: 413-418, 1978.

5. Cafalli, F.A.S.: Pé plano postural. Pediatria Moderna: 26-41, 1969.

6. Carter, C. & Wilkinson, J.: Persistent joint laxity and congenital dislocation of the hip. J Bone Joint Surg [Br] 46: 40-45, 1964.

7. Forlin, E., Andújar, A.L.F. & Alessi, S.: Padrões de normalidade do exame físico dos membros inferiores em crianças na idade escolar. Rev Bras Ortop 29: 601-607, 1994.

8. Heinsinger, R.N.: Rotational problems of the lower extremity. Postgrad Med J 60: 161-167, 1976.

9. Hutter, C.G. & Scott, W.: Tibial torsion. J Bone Joint Surg [Am] 31: 511- 518, 1949.

10. Jakob, R.P, Haertel, M. & Stussi, E.: Tibial torsion calculated by computerised tomography and compared to other methods of measurement. J Bone Joint Surg [Br] 62: 238-242, 1980.

11. Khermosh, O., Lier, G. & Weismann, S.D.: Tibial torsion in children. Clin Orthop 79: 25-31, 1971.

12. Kite, J.H.: Torsion of the lower extremities in small children. J Bone Joint Surg [Am] 36: 411-520, 1954.

13. Sheon, R.P., Farber, S.I., Kirsner, A.B. & Finkel, R.I.: The hipermobility syndrome. Postgrad Med J 71: 199-209, 1982.

14. Staheli, L.T.: “Lower limb”, in Fundamentals of Pediatric Orthopedics, New York, Raven Press, 1992. Cap. 4, p. 4.1-4.24.

15. Staheli, L.T.: Torsion-treatment indications. Clin Orthop 247: 61-66, 1989.

16. Staheli, L.T., Corbett, M., Wyss, C. & King, H.: Lower-extremity rotational problems in children. J Bone Joint Surg [Am] 67: 39-47, 1985.

17. Staheli, L.T. & Engel, G.M.: Tibial torsion. A method of assessment and a survey of normal children. Clin Orthop 86: 183-186, 1972.

18. Wynne-Davies, R: Acetabular dysplasia and familial joint laxity: two etiological factors in congenital dislocation of the hip. J Bone Joint Surg [Br] 52: 704-716, 1970.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Alongamento Ósseo


1- Qual a indicação do Alongamento ósseo nos membros inferiores?

Normalmente é indicado para pacientes que tenham uma diferença de comprimento de uma perna para a outra acima de 3,0 cm. Essa diferença pode ser causada por: problemas congênitos, traumáticos e ou infecciosos.

fig 1: Escanometria de fêmur curto congênito a esquerda.



2- Qual a idade ideal para ser realizado?

Não existe uma idade padrão para se iniciar, usualmente após os 8 anos. Entretanto o paciente é participante ativo no alongamento, assim como nos cuidados de higiene diários no aparelho alongador. Por isso é necessário alguma maturidade. Também não existe uma idade limite final.

fig 2: Panorâmica de um fêmur curto congênito.




3- Como é feito esse alongamento?

Em um primeiro momento é realizada a cirurgia para a colocação do fixador externo, que pode ser monolateral ou circular. No mesmo ato cirurgico é realizado um corte no osso, no local onde se iniciará o alongamento. Aguarda-se em trono de 10 dias para se iniciar o alongamento propiamente dito. Normalmente alonga-se em torno de 1 mm ao dia até atingir 0,5 cm acima do limite desejado.

fig 3 e 4: Pós operatório - durante alongamento ósseo.





4- Qual o tempo total de tratamento?

Existe uma regra aproximada que é a seguinte: para cada centímetro alongado será necessário o uso do aparelho por 35 a 40 dias. Como exemplo, para um alongamento de 5 cm será necessário um tempo aproximado de 200 dias.

fig 5: Radiografia durante o alongamento ósseo.



5- Posso fazer minhas atividades regularmente durante o tratamento?

A idéia é esta. Não existe a necessidade de paralizar as atividades escolares, apenas não realizar atividades fisicas regulares. Durante o tratamento existe a necessidade do uso de muletas, mas o paciente pode pisar com o membro operado. A fisioterapia normalmente é necessária durante todo o tratamento, com objetivo de se evitar uma rigidez articular.

fig 6: Marcha durante o alongamento ósseo.



6- Quais os ossos podem ser alongados?

Nos membros inferiores, tanto o fêmur quanto a tibia podem ser alongados. Nos membros superiores, o osso do umero pode ser alongado quando existem diferenças acima de 5 cm. A ulna, um dos ossos do antebraço, também pode ser alongado.

fig 7 e 8: Alongamento ósseo da ulna.


Pamidronato / Osteogenese Imperfecta

Quando parar o uso do Pamidronato nas crianças e adolescentes com Osteogenese Imperfecta



Artigo comentado pelo Dr. Hamilton Cabral de M. Filho, do Departamento de Metabolismo Ósseo Mineral da SBEM

“Long-bone changes after pamidronate discontinuation in children and adolescents with osteogenesis imperfecta”.
Autores: Frank Rauch, Sylvie Cornibert, Moira Cheung, Francis H. Glorieux.
Revista: Bone 40 (2007) 821-827

Os pacientes com osteogenesis imperfecta grave (tipos III ou IV) têm sido tratados com pamidronato de sódio (PS) de acordo com protocolo estabelecido pelo dr. Glorieux. Neste protocolo o PS é administrado por via endovenosa em ciclos de 3 dias a cada 2, 3 ou 4 meses e na dose de 0,5; 0,75 ou 1,0 mg/kg/dia nos pacientes menores que 2 anos, entre 2 e 3 anos ou com mais de 3 anos, respectivamente. O PS deve ser diluído em SF (10 mL de soro para cada 1 mg de PS), sendo infundido em 4 horas. O PS é um aminobisfosfonato capaz de reduzir a atividade osteoclástica e de aumentar a atividade osteoblástica, além de conferir aos cristais de hidróxiapatita resistência à sua mobilização. Estes efeitos resultam em redução da modelação e da remodelação óssea. As crianças tratadas com PS têm apresentado melhora clínica, com redução das dores ósseas, melhores condições para deambulação e incremento da densitometria óssea. No entanto, não se sabe ainda por quanto tempo o tratamento com PS deve ser mantido, bem como os efeitos adversos do tratamento prolongado, uma vez que os bisfosfonatos podem reduzir a remodelação óssea para valores subnormais, interferindo com um importante mecanismo fisiológico de manutenção da qualidade do tecido ósseo.

Este artigo teve como objetivo a avaliação dos efeitos da suspensão do tratamento com PS sobre o rádio e a coluna lombar em pacientes com osteogenesis imperfecta. Foram avaliadas 23 crianças com osteogenesis imperfecta tipos I, III ou IV em tratamento com PS por período mínimo de 3 anos e que foram acompanhadas por pelo menos 18 meses após a suspensão do medicamento. Foram avaliadas a metáfise distal e a diáfise do rádio através de tomografia computadorizada periférica quantitativa, no momento da suspensão do PS e 18 meses após. A densidade mineral óssea lombar foi avaliada através de DEXA, também nos dois momentos.

Os pacientes (12 meninas e 11 meninos, idade média de 13,4 anos) haviam recebido PS em média por 5,8 anos. A suspensão do PS levou à redução significativa do conteúdo mineral ósseo (BMC) lombar, da área de projeção lombar e da densidade mineral óssea (BMD) areal lombar, avaliados através de DEXA. A suspensão do PS levou também à redução significativa do BMC da metáfise e da diáfise do rádio, da BMD volumétrica metafísária trabecular e total do rádio e da espessura cortical da diáfise do rádio, avaliados por meio da tomografia computadorizada periférica quantitativa. Nos pacientes onde a placa de crescimento do rádio distal estava fechada não houve mudança no BMC da metáfise do rádio, ao contrário da evidente redução encontrada nos pacientes com placa de crescimento aberta.

Os autores observaram que a suspensão do PS levou ao rápido declínio da massa óssea e da densidade na metáfise do rádio, nos pacientes ainda em crescimento. As mudanças observadas na metáfise radial foram mais pronunciadas do que as encontradas na diáfise radial ou na coluna lombar. A explicação para estes resultados pode residir no fato de que 18 meses após a suspensão do PS a diáfise ainda contém tecido ósseo formado durante a exposição do organismo ao PS, enquanto que a metáfise contém tecido ósseo formado mais recentemente e portanto sem a influência do PS. Nos pacientes onde o crescimento do rádio já havia se completado, o mesmo tecido ósseo foi avaliado tanto no momento da suspensão do PS quanto 18 meses após, justificando a ausente modificação dos parâmetros avaliados. Estas observações sugerem que, nos pacientes em crescimento, a administração prévia de PS tem pouco efeito sobre o tecido ósseo formado após a última infusão da droga. Portanto, nos ossos longos o efeito da suspensão do tratamento com PS depende intensamente da velocidade de crescimento. O tecido ósseo formado durante a ausência do tratamento com PS é mais frágil do que aquele que sofreu os efeitos do medicamento e com isso pode ser criada na interface metáfise – diáfise zona com maior fragilidade óssea, com predisposição para fraturas nesta região. Os autores acreditam que pode ser útil a manutenção do tratamento com PS até a conclusão do crescimento com a intenção de se evitar a criação de longos segmentos de tecido ósseo “não tratado” nas extremidades dos ossos longos, e sugerem que novos estudos são necessários para que esta questão seja melhor avaliada.

Acredito que este artigo traz grande contribuição a respeito de até quando tratar crianças e adolescentes com osteogenesis imperfecta com PS. Com base neste artigo, e até que outros confirmem ou não estes resultados, parece mais prudente manter o tratamento com PS nos pacientes com osteogenesis imperfecta grave (tipos III e IV) até o estabelecimento da altura final. Segundo discussão realizada em junho de 2007 em Montreal durante a “4th International Conference on Children’s Bone Health” foi sugerido que após quatro anos de uso do PS de acordo com o protocolo estabelecido pelo Dr. Glorieux, o PS pode ser administrado a cada 6 meses na dose de 1mg/kg/dia (3mg/kg/ciclo), até o estabelecimento da altura final.
Posted by admin on maio 21st, 2008 :: Filed under Endocrinologia Pediátrica, Metabolismo Ósseo
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